sábado, 26 de julho de 2014

Corinthians lucra menos que o esperado na arena, e gastos operacionais disparam

A caminho de receber a sua quinta partida em campeonatos nacionais, a Arena Corinthians ainda vive uma fase de experimentações, tanto na questão de operação quanto em suas contas. Depois de décadas jogando de aluguel, especialmente no Pacaembu, o clube pouco a pouco vai entendendo melhor como lidar e quanto vai gastar com sua casa própria. 
Pelos quatro dias de uso desde a inauguração, ao menos dois pontos merecem destaque até agora, no que diz respeito aos boletins financeiros.1) Os gastos operacionais com o estádio vêm se multiplicando desde o primeiro jogo, contra o Figueirense, até o último, nesta quarta-feira, contra o Bahia. 2) Assim como provou ser mal negócio para o torcedor, ir à arena em uma quarta-feira às 22h para o Corinthians também pode ser um desastre: a receita despencou em relação aos outros duelos, com o menor público desde então. 
A reportagem vem acompanhando os borderôs de todos os jogos desde a inauguração. Os gastos com a operação foram os seguintes: R$ 47,9 mil, contra o Figueirense, R$ 49,5 mil, contra o Botafogo, R$ 139,9 mil, contra o Internacional, e R$ 196,6, contra o Bahia. Ou seja, da estreia até o confronto da Copa do Brasil, nesta semana, os gastos quadruplicaram. 
A categoria de despesa envolve o que é necessário para abrir o estádio para receber o evento: basicamente contempla a parte de manutenção, mão de obra e serviços (alimentação para VIPs), sem contar policiamento, fiscalização, confecção de ingressos, impostos, taxa para a federação, por exemplo, que completam o quadro de saída de recursos, com outros itens. 
O ESPN.com.br tentou contato com o chefe de operação da nova arena corintiana, Lucio Blanco, para entender o aumento dos gastos, mas não teve retorno. 
Uma coisa é certa, no entanto, a nova casa já se provou um ótimo investimento, resultando em uma arrecadação extraordinária e jamais vista pela a diretoria do Parque São Jorge. Por outro lado, porém, a receita obtida está longe do que fora planejado antes de a obra ficar pronta e pode se tornar um problema se não aparecerem outras formas de gerar dinheiro lá dentro. 
Só para se ter uma ideia, em receita líquida, o Corinthians já juntou nessas quatro partidas mais que o dobro de todo o lucro obtido durante o ano sem a arena, em onze jogos, que foram divididos entre o Pacaembu, o Canindé e o Décio Vitta. 
Com o duelo de quarta à noite, às 22h, o resultado foi desastroso: o time levou para os cofres apenas R$ 873,9 mil, praticamente um milhão a menos do que havia arrecadado nas duas últimas rodadas. Muitos torcedores desistiram de comprar ingressos por conta do horário: além de ser tarde para voltar para casa, o metrô fecha às 00h19, dificultando o retorno. 
Vale lembrar que, segundo Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e responsável pelo estádio, disse ao blog do Juca Kfouri, os cálculos feitos para pagar com tranquilidade todos os empréstimos da construção do estádio somavam cerca de R$ 4,26 milhões por partida, o que ajudaria o clube a acertas seus débitos com o BNDES - o banco emprestou cerca de R$ 400 milhões para as obras da sede de abertura da Copa do Mundo. Com isso, a equipe juntaria mais de R$ 221 milhões logo nos 18 primeiros meses, em pouco mais de 50 jogos, o que dificilmente deve acontecer, no entanto. 

Fonte: Msn Esportes
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